sábado, 15 de janeiro de 2011


Habitas meu coração

Habitas meu coração: barbas de rei assírio
olhar de extensões alheias a tempo e medidas.
Tua voz tem asas de falcão e pousa 
nas torres mais altas do meu ser onde jamais
me aventurei. É minha a tua solidão.
Sirvo-me em silêncio e às vezes como uma
criança me apertas em teu peito: acaricio
então tua face estranho rei.
Outras vezes ouço passos ecoando no
enlace das colunas em seteiras escadas. Se
grito teu nome - és mil ressonâncias e seu eco em mim.

Dora Ferreira da Silva