quarta-feira, 8 de dezembro de 2010


A hora vazia

Onde as humildes palavras 
Que ingenuamente disseste? 
Onde os gestos dos teus braços 
Nascidos para enlaçar?

Cansaste. O sol do deserto 
Secou tua alma de fonte. 
Morreu nos dedos do inútil 
A tua frágil canção.

Não mais ouvirás soluços, 
Não mais na noite deserta 
Descobrirás desesperos. 
Corpos virão sobre as ondas, 
Diante dos teus olhos secos.

Houve uma voz nos teus lábios 
Quente e viva. Quando foi?

Hoje a fadiga, hoje o sono. 
Hoje, trágica e vazia, 
A hora de contemplar.

Maria Isabel