segunda-feira, 31 de outubro de 2011


A Serenata

Uma noite de lua pálida e gerânios
ele virá com a boca e mão incríveis 
tocar flauta no jardin.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos: 
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela,se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?

Adélia Prado

2 comentários:

  1. Amiga Jacque, preciosa poesía.
    En la vida nada es bueno o es malo; todo necesita su tiempo; a todo le llega su momento, no hace falta ser santa.
    Preciosa amiga, gracias por compartir, pero no hagas sufrir a tu corazón presentándole esos poemas que duelen muy dentro.
    Gracias mi amiga por compartir tanta belleza.
    Jecego

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  2. Jacque!
    Que lindo este poema da Adélia Prado... muito intenso!
    Bjs.

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