![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWN57dVa5k10AGaSEY9geCISH6sxuuAGlmQWUrUKza4mWRP2UCA-6r8-Hb0TXekuth1p-heydv7biyCd3L2keLuwuiiBN_QvLs_vqaXLn5Ova0cF5BK-KCXsX0coK09w2dK2oIKNyPb9p6/s320/sem+t%C3%ADtulo3354433333.bmp)
Há Palavras que Nos Beijam
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperançar louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'