domingo, 1 de maio de 2011


A Mulher

Se é clara a luz desta vermelha margem 
é porque dela se ergue uma figura nua 
e o silêncio é recente e todavia antigo 
enquanto se penteia na sombra da folhagem. 
Que longe é ver tão perto o centro da frescura 

e as linhas calmas e as brisas sossegadas! 
O que ela pensa é só vagar, um ser só espaço 
que no umbigo principia e fulge em transparência. 
Numa deriva imóvel, o seu hálito é o tempo 
que em espiral circula ao ritmo da origem. 

Ela é a amante que concebe o ser no seu ouvido, na corola 
do vento. Osmose branca, embriaguez vertiginosa. 
O seu sorriso é a distância fluida, a sutileza do ar. 
Quase dorme no suave clamor e se dissipa 
e nasce do esquecimento como um sopro indivisível. 

António Ramos Rosa

4 comentários:

  1. lindo! gostei muito.
    como são maravilhosas as fadas e seu mundo,tudo tão misterioso cheios de brilhos, poesia,e sons enebriantes,cores e um perfume delicioso que nos leva a sonhar,flutuar em meio a bosques cheios de magia acredito neste mundo ireal.
    bjs .

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  2. Hola Jacque, siempre nos alegras la vista presentando un poema precioso. Tus elecciones son muy buenas.

    Muchos besos.

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  3. Jacque amiga que felicidade poder leer outra vez suas lindas entradas amiga... como esta linda de verdade que o coracao agradece amiga

    abracos
    otima semana
    saludos

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  4. Jacque, António Ramos Rosa rendeu uma belíssima homenagem às mulheres. Parabéns por sua postagem! Obrigado por seu carinho e atenção ao meu blog, ao meu perfil. [sorrio]. Você é muito gentil! Abraço!

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